9 de maio de 2010

A professora de portugês

Tive a sorte de, ao longo da minha vida de estudante, ter excelentes professoras de português. Terezinha Acioly, Socorro Pinto, Adriana, Thaís. Mas tive uma em especial que me deixou um trauma. Ela queria abordar literatura na 5ª série. Até aí, tudo bem. O problema foi como ela fez o negócio. Ela pegou livros como Os Lusíadas, de Camões e Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand, mandou que a turma se dividisse em grupos de 4 ou 5, dependendo no tamanho do capítulo. Mandou que a gente dividisse assim: da página 05 à página 10, fulano de tal, da página 11 à página 15, beltrano e assim por diante, até o final do capítulo. Sabe o que a gente tinha que fazer? Decorar as tais páginas vírgula a vírgula, palavra por palavra, ponto por ponto. Imaginem, a avaliação era assim. Esse era o teste que nos dava a nota, que somada com a nota da prova, nos dava a média. Lá na frente de todos, tínhamos que falar o que decoramos: "Aí, Cyrano de Bergerac...(!)" se a gente esquecia uma palavra ou frase, ela completava o que vinha a seguir, o que diminuía a nossa nota, pois ela tinha nos ajudado. Enquanto um pobre aluno estava lá na frente desesperado espremendo sua memória diante da sala inteira, o restante da turma repetia desesperadamente – cada um, a sua fala em voz baixa, não prestava atenção nenhuma a quem estava ali na frente. Não era um texto de teatro, que você poderia decorar e dar a sua interpretação. Era um texto de um livro ao qual você não podia sequer deixar passar um ponto. Aos que já tinham se apresentado, restava o alívio e um sorriso maldoso para com os outros que ainda iriam se apresentar. Resultado: ninguém sabia do que se tratavam as histórias, ninguém sabia o porquê dela ter escolhido aqueles livros. Traumatizei de um jeito que só de falar nesses livros me dá arrepio. Ah, professora danada! Se te encontro hoje, te dou uma lição de moral! Cadê a poesia? Cadê o valor literário? Que nada! Tenho certeza que a senhora se divertia com o nosso desespero. Eu ainda gosto de literatura, mesmo depois disso tudo. Gosto da língua portuguesa também. Mas dessa história da 5ª série, jamais irei esquecer!

7 de maio de 2010

Sou eu aqui mesmo?

Bem...é o seguinte...Nunca gostei desse negócio de blog. Na verdade, sempre achei que ler opiniões de outras pessoas sobre isso ou aquilo era muito desinteressante. O fato é que me rendi a essa coisa toda. Gostei da idéia de ter um pedacinho de mim aqui pra todo mundo ver...